Orquestra Sinfônica de Campinas toca com o Quinteto de Sopros de Berlim

Nesta quinta-feira, dia 20 de julho, o Festival de Inverno de Campos do Jordão recebe a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, regida por Karl Martin, que toca junto com o Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim. Veja os comentários de João Marcos Coelho e os detalhes dos artistas

por: Redação ( 18 anos atrás - quarta-feira dia 19 de julho de 2006 ) - Atualizado: 19/07/2006 12:40
Tempo de Leitura: 5 minutos

Nesta quinta-feira, dia 20 de julho, o Festival de Inverno de Campos do Jordão recebe a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, regida por Karl Martin, que toca com o Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim. Veja os comentários de João Marcos Coelho e os detalhes dos artistas

Não é coincidência que duas das três obras programadas neste concerto remetam ao século 18, ao nascimento da forma sinfônica. Prokofiev e Stravinsky viviam seus momentos, digamos, neoclássicos, de volta ao passado – e as peças que vamos ouvir são produtos vistosos desta estética. Prokofiev utiliza, na “Sinfonia Clássica”, o efetivo instrumental típico da época, ou seja, madeiras, trompas e trompetes em pares, timbales e cordas. E Stravinsky, a seu modo muito particular, também rememora o período clássico na “Sinfonia em Dó maior”, segundo suas próprias palavras. Isto é, Haydn e Beethoven.

A “Sinfonia clássica” foi composta em 1917, ano da Revolução Russa, e estreada por Prokofiev em abril do ano seguinte, pouco antes de ele exilar-se na Europa e Estados Unidos por dezoito anos. É até hoje a mais acessível e executada de suas sete sinfonias, que respiram ares bem diversos e mais agressivamente contemporâneos.

A “Sinfonia em Dó maior” de Stravinsky resultou de encomenda feita em 1938 pela Orquestra de Chicago e pegou o compositor num dos anos mais negros de sua vida, em que viu sua filha Ludmila, sua mulher e sua mãe morrerem sucessivamente. O próprio Igor contraiu a tuberculose que matou as duas e, internado num sanatório, começou lá mesmo a composição da sinfonia. Ele reafirmou várias vezes que a obra lhe permitiu pagar as altas contas de médicos e hospitais. Nada disso transparece, entretanto, na sinfonia, cujo Moderato alla Breve inicial é bem calcado em Beethoven. É magnífico o Largheto Concertante, numa espécie de barroco contemporâneo, se é que isso é possível. O Allegretto lembra Petruchka, a obra de décadas anteriores que pavimentou seu êxito em Paris.

Pois bem: após os dois olhares gulosos para o século 18, nada melhor que uma obra original da época. A ‘Sinfonia Concertante K. 197-b” foi escrita em 1778, em Paris, encomendada por alguns músicos de Mannheim amigos de Mozart. A obra fica a meio caminho entre o concerto grosso (com vários solistas) e o concerto de solista. O ripieno, ou grupo de solistas, compõe-se não de dois ou três, e sim de quatro instrumentos: oboé, clarineta, fagote e trompa. A obra foi escrita, mas não executada em público, e Mozart deixou-a com os dirigentes dos Concerts Spirituels de Paris. Além do número anormalmente grande de solistas, é surpreendente também que o compositor não dá espaço para cada um deles separadamente, mas os faz dialogar de modo incessante.

Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim

O Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim foi fundado em 1988 e mantém os mesmos integrantes desde então. É o primeiro quinteto de madeiras estável da rica tradição de música de câmara da Filarmônica de Berlim.

As atividades do conjunto incluem concertos na Alemanha, várias turnês pelos países europeus, Américas do Sul e Norte, Israel, Japão e Taiwan.

O Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim são presença constante nos festivais internacionais como a Semana do Festival de Berlim, Bienal de Quintetos de Marselha, Festival de Rheingau e o de Salzburg.

O repertório do grupo cobre não só o espectro total da literatura de quinteto de sopros que vai do clássicos à avant-garde mas também obras para grandes conjuntos, como por exemplo, os Sextetos de Janácek e Reinicke ou os Septetos de Hindemith e Koechlin. Alem disso, as colaborações com pianistas como Stephen Hough, Jon Nakamatsu e Lars Vogt se intensificaram nos últimos anos.

As produções de rádio e televisão são transmitidas internacionalmente e diversos CDs gravados para o selo sueco BIS receberam várias aclamações da crítica em todo o mundo.

Michael Hasel flauta

Andreas Wittmann oboé

Walter Seifarth clarinete

Henning Trog fagote

Fergus McWilliam trompa

Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas

Reconhecida como uma das mais dinâmicas orquestras do País, a Sinfônica de Campinas, como é carinhosamente chamada, foi a primeira instituição de seu gênero a surgir em uma cidade brasileira que não é capital de seu Estado. Já no início do século XX, o amor do povo campineiro pela música transformou a cidade em rota obrigatória de alguns dos principais programas sinfônicos e operísticos, forjando, também, uma orquestra local. Foi, porém, a partir de 1975 que essa orquestra recebeu do poder público o apoio necessário para a manutenção de um grupo solidamente constituído e apto a desenvolver um trabalho artístico de excelência. Sob a liderança do Maestro Benito Juarez, a orquestra atraiu grandes músicos para os seus quadros e foi passagem obrigatória nos principais festivais e eventos de música erudita, além de ser disputada pelos mais prestigiados solistas e regentes, nacionais e estrangeiros. Paralelamente às suas atividades regulares em salas de concerto logrou ampliar sua platéia potencial, apresentado-se nos mais variados ambientes, internos e externos e tornando-se conhecida e querida entre músicos e ouvintes.

Em sua fase atual, a Sinfônica de Campinas oferece brilhantes temporadas de concertos, também disponibilizadas, desde 2001, sob a forma da assinaturas anuais. Os grandes solistas e regentes da cena erudita brasileira e internacional têm se apresentado junto a ela e constatado seu indiscutível potencial artístico. Seu regente titular é o Maestro Cláudio Cruz, em sua segunda temporada à frente do grupo.

Karl Martin, regente

Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim, solistas

Prokofiev (1891-1953) Sinfonia nº 1 em Ré maior, Op. 25 – Clássica

W A Mozart (1756 – 1791) Sinfonia concertante para sopros e orquestra em Mi bemol maior K 297b (Anh. I/9)

Stravinsky (1882-1971) Sinfonia em dó maior

Karl Martin

Natural de Zurique, Suíça, estudou música no Conservatório de Música de Genebra, onde ganhou o primeiro Prêmio de Virtuosidade para Flauta, e em Paris além da Escola Superior de Música de Viena, com Hans Swarowsky do qual foi assistente.

Fez sua estréia na Itália, dirigindo a orquestra da RAI, e no Teatro La Fenice, de Veneza, onde inaugurou a temporada lírica com a opera Barba-Azul de Camilo Togni. Participou de todas as edições do Festival Internacional de Música Contemporânea da RAI, em Nápoles. Regeu a Orquestra da Academia Santa Cecília, em Roma, no Teatro alla Scala e em muitos outros teatros italianos.

É regularmente convidado para reger na Suíça as orquestras da Basiléia, Lugano, Berna e Zurique. No Japão, fez sua estréia regendo a Nona Sinfonia, de Beethoven, com a Orquestra Filarmônica de Tóquio, assim como O Messias, de Handel. Foi convidado para dirigir a turnê da prestigiosa Orquestra Sinfônica NHK, de Tóquio, voltando regularmente para reger as melhores orquestras japonesas.

De 1980 a 1997, foi regente titular e diretor musical do Teatro Massimo de Palermo, onde, além do repertorio operístico e sinfônico, se afirmou nas apresentações de algumas obras-mestras pouco apresentadas, como Antigone de Szymanovsky, Jonny SpieltAuf de Krenek Oct Traumgarge de Zernlinsky (Prêmio Abbiati para ano de 1995).

Durante a temporada de 1996, iniciou uma colaboração com a Orquestra Sinfônica Estatal de Buenos Aires. No centenário de Gaetano Donizetti, em 1997, regeu na Sagra Umbra di Perugia a nova edição critica da Messa di Gloria no sommo bergarnasco.

Ministrou um curso de formação orquestral na Universidade de Showa, em Tóquio, onde gravou O Messias de Handel. Gravou para os selos Ermitage, Quadrivium e Bongiovanni. Gravou a integral dos concertos para piano de Liszt, com o solista Jeffrey Swann, para o selo Agora. Ainda para o selo Agora, recentemente gravou Oratório Son Francesco de Hartmann. Em 2004, o maestro Karl Martin estreou a ópera Carmen, no Festival de Ópera do Theatro da Paz, onde obteve excelentes críticas em jornais de destaque nacional.

Local: Auditório Claudio Santoro

Av. Dr. Luís Arrobas Martins 1.880 – Alto da Boa Vista

Tel: (12) 3662 2334

Capacidade: 852 lugares

Preço: R$ 60,00

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