Muito tempo antes de se transformar no mais badalado reduto do inverno paulista, Campos do Jordão foi referência no tratamento de pacientes tuberculosos. Em meados do século passado, a cidade chegou a ter nada menos que 17 sanatórios em pleno funcionamento.
Tudo começou no final do século 19, quando fazendeiros identificaram “propriedades terapêuticas” no clima de Campos –na época, uma vila. Passaram, então, a comprar escravos tuberculosos e mandá-los para a cidade, na expectativa de que fossem curados.
A fama de Campos foi se espalhando, e o número de doentes que procuravam a cidade não parou de aumentar. Para atender a crescente demanda, um grupo de médicos fundou na vila, em
“Muitas pessoas chegavam aqui e ficavam pelos cantos da cidade, cuspindo sangue. Elas vinham para cá sem nada, acreditando que apenas o clima daqui iria curá-las”, conta o historiador Pedro
Na época, o transporte até Campos era feito de forma precária, a cavalo ou em liteiras (cabines sustentadas por duas varas levadas por escravos). Muitos enfermos, no entanto, não resistiam à viagem e morriam ainda durante o trajeto.
MÉDICOS- A partir do início do século passado, médicos ilustres começaram a se mudar para a cidade, impulsionando o ramo das pensões. A indústria hoteleira percebeu o potencial da cidade e, nos anos 40, começou a construir hotéis exclusivos para turistas.
Como garantia de que nenhum hóspede seria contagiado pela tuberculose, exigia-se de todos um atestado de saúde.
Entre as décadas de 60 e