Na segunda-feira, dia 29 de março, o Grupo de Dança Fundação Lia Maria Aguiar retornou de sua participação no YAGP – Youth America Grand Prix, evento que representa a maior competição mundial de estudantes de Ballet. A cada ano o YAGP doa mais de 250 mil dólares em bolsas de estudos em escolas referenciadas. A competição classifica em pré-seletivas, estudantes de todas as nacionalidades. A final em Nova Iorque destacou a excelência na dança, proporcionando a oportunidade de conquista das bolsas aos bailarinos.
Acompanhados por 06 professores e 03 colaboradores, os 36 alunos participaram de aulas com profissionais de escolas como Bolshoi Ballet, Opéra de Paris, ABT – American Ballet Theatre entre outros. Além das aulas, o Grupo de Dança da Fundação Lia Maria Aguiar apresentou as coreografias classificadas: a solista Dafne Lugui, com as coreografias Brincando de Corda e Paquita; e o grupo com Pas de Deux de Harlequinade – Clássico de Repertório Sênior; Caixa de Surpresas – Troix Pré; e Bonecas do Trem – Conjunto na categoria Júnior. Esta última muito aguardada pelo público nova-iorquino.
Neste evento de intercâmbio mundial de conhecimento, os conceituados professores ministraram aulas e também foram jurados nas apresentações dos candidatos às bolsas. Uma das bailarinas do grupo, Dafne Lugui recebeu uma bolsa de um mês para a The Harid Conservatory, em Boca Raton na Flórida (EUA) e um bônus de US$ 1,200 a ser utilizado para as despesas no período.
A professora e coreógrafa Vanessa Elias chamou a atenção para o fato de que “o Ballet tem uma linguagem universal, o que colaborou para a integração entre os bailarinos de diferentes línguas”; e a colaboradora Mariana Ballion notou que após o impacto do primeiro dia, os bailarinos começaram a se comunicar melhor, a inibição inicial diminuiu e a integração ocorreu naturalmente através das “afinidades da linguagem da dança”.
O aluno Danilo Henrique Moreira Rafael, 11 anos, adorou ter conhecido outro país e a experiência de conviver com pessoas de outras nacionalidades. Sentiu dificuldade em se comunicar com elas, mas conseguiu fazê-lo através da mímica. “Vou dar o melhor de mim e quero ir novamente da próxima vez porque aprendi muito”.
Já a aluna Débora Cristina Barbosa de Souza, 16 anos, disse não ter palavras para descrever o sonho realizado. “O intercâmbio de línguas, as novas amizades e o fortalecimento das amizades já existentes foram para mim o ponto alto desta experiência”. Disse ainda: “O apoio dos pais foi imprescindível desde o início, não só para a viagem, mas para o aprendizado do Ballet”.
O incentivo e a disciplina no ensino, tanto dos familiares quanto dos professores e amigos, são importantes ingredientes no Ballet, na educação escolar e no comportamento diário do indivíduo, fatores ressaltados por todo grupo. E como fruto disso, os colaboradores, professores e os próprios alunos notaram a diferença entre a higiene, organização e respeito ao próximo despendidos por eles, em relação aos demais participantes. A Dra. Tatiana Aydar Sandoval, ressaltou aos pais na chegada, o quanto eles devem se orgulhar do comportamento dos filhos e da educação.
Natália Moreira Cesário, 13 anos, corrobora a opinião da amiga Débora sobre o apoio dos pais e acrescentou o valor do incentivo da escola regular para participação dos alunos neste projeto. “Agora que voltamos, vamos ajudar os que ficaram para que, da próxima vez, possam ir também e fortalecer o grupo como um todo”.
Os bailarinos sentiram a diferença do convívio entre os integrantes dos outros países: “lá, muito individualista; aqui, a consciência de grupo e de ajuda ao próximo é muito presente”, expressou Vanessa e reforçou: “Durante a permanência em Nova Iorque, os alunos muitas vezes se referiram à viagem como um intercâmbio e um ganho de experiência muito mais valiosos do que um prêmio”.
O médico Dr. Luiz Marcelo Sandoval Bravo foi o principal responsável pelo bem estar do grupo. Ele realizou junto com a professora Vanessa uma pesquisa para o melhor local de alimentação, sempre se preocupando com a qualidade e ‘saudabilidade’ da comida, levando em consideração também o clima frio e o cansaço que poderia gerar o deslocamento.
“Eles têm saúde e apoio incondicional da Fundação Lia Maria Aguiar. Deixem eles dançarem? Não! Deixem que eles voem… Que eles tomem conta da própria vida!”, finaliza Dr. Marcelo após seu relato na recepção ao grupo.