Campos do Jordão, completa 147 anos no próximo dia 29 de Abril de 2021

Campos do Jordão na sua essência é um lugar privilegiado, localizada no alto da Serra da Mantiqueira, uma das regiões mais belas do país.

por: Redação ( 3 anos atrás - domingo dia 25 de abril de 2021 ) - Atualizado: 27/04/2021 09:19
Tempo de Leitura: 5 minutos

Jóia do Alto da Serra, assim é definida Campos do Jordão em um dos lindos versos do hino da cidade, autoria do poeta João de Sá.

Campos do Jordão na sua essência é um lugar privilegiado, localizada no alto da Serra da Mantiqueira, uma das regiões mais belas do país, região abençoada por Deus, onde as águas da vida nascem em meio a mananciais e natureza exuberante.

Escrever sobre Campos do Jordão é um grande desafio, por aqui se tem uma história rica, empolgante e envolvente. É bem verdade que a fundação oficial da cidade se deu em 29 de Abril de 1874, e que nesse ano de 2021, estará comemorando 147 anos, porém, podemos considerar ao menos mais de 300 anos de muita história, desde o registro do primeiro homem branco a pisar nessas terras (em 1703), ou até mesmo ir além, e falar dos povos indígenas das várias etnias como os puris, caetés, guarulhos e cataguás que por aqui estiveram.

Para entendermos a importância de Campos do Jordão, é inevitável não voltar ao passado, pois somente assim poderemos fazer uma homenagem digna para a cidade, em reconhecimento aos diversos personagens que foram importantes para a criação e desenvolvimento do município. De forma bem resumida vou descrever a origem do nome de Campos do Jordão.

Origem de Campos do Jordão

Gaspar Vaz da Cunha, o primeiro branco a pisar nessas terras

A origem da cidade remonta aos anos de 1700, onde o bandeirante conhecido como “Oyaguara” (cão feroz), apelido dado ao destemido sertanista taubateano Gaspar Vaz da Cunha, que devido ao seu temperamento e atitudes bravio, ganhou fama em toda região.

Por ordem real “Oyaguara”, recebeu a responsabilidade de transportar ouro das Minas Gerais, já que na época a coroa portuguesa intensificou as expedições exploratórias em busca de ouro pelas terras do Brasil colonial.

Imbuído desse objetivo, “Oyaguara” abriu caminho da cidade de Pindamonhangaba-SP até o Vale do Rio Sapucaí para chegar em Itagybá (Itajubá-MG).

Alguns registros apontam que “Oyaguara” ficou tão encantado com a região que passou a relatar sobre as terras que desbravará, aguçando outros bandeirantes que puderam constatar as belezas da “Montanha Mágica”.

Inácio Caetano Vieira De Carvalho, o primeiro a se estabelecer

Possivelmente vislumbrado com as histórias do Oyaguara e de outros bandeirantes, que percorriam na região, Inácio Caetano Vieira de Carvalho decidiu se aventurar nas montanhas da mantiqueira, seguindo as pegadas do Oyaguara, veio com seus 3 filhos e por aqui fixou morada por aproximadamente 20 anos.

Fundou a Fazenda Bom Sucesso, o que lhe rendeu muito dinheiro. Diz a lenda que ele teria ficado tão rico que escondeu todo seu ouro em barris e os enterrou em um lugar com três pinheiros, seria por isso que o brasão do município possui três pinheiros.

Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, vamos “Aos Campos do Jordão?”

Com a morte de Inácio Caetano Vieira de Carvalho em 1823, seus herdeiros hipotecaram a sesmaria ao Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, que, mais tarde, adquiriu-a nas imediações do dia de Natal, pelo que o povo passou a chamar as terras de Fazenda Natal e, logo em seguida, de Campos do Jordão. Aí a origem do nome.

Membro do Governo Provisório e diretor do Tesouro da Capitania de São Paulo, o Brigadeiro Jordão era cidadão ilustre, grande proprietário de fazendas e figurou ao lado de D. Pedro quando do Grito do Ipiranga, no famoso quadro de Pedro Américo. Os herdeiros de Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão retalharam as terras, vendendo às porções, para diversos proprietários.

Matheus da Costa Pinto, quem realmente deu início ao primeiro povoado

Foi em 29 de abril de 1874 que, um deles, morador de Pindamonhangaba, o português Matheus da Costa Pinto, subiu a Serra e, comprando terras à beira do rio Imbiri, lá instalou uma vendinha, montou uma pensão para respirantes e pouso dos forasteiros, levantou uma capela em honra de São Matheus e também edificou uma escola.

Foi fundada então, a Vila de São Matheus do Imbiri, histórica precursora “mater” de Campos do Jordão.

Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho, transformou o povoado em a “Suiça Brasileira”

Por volta de 1891, uma vasta área foi comprada de Matheus da Costa Pinto, pelo médico Domingos José Nogueira Jaguaribe, político, escritor e fundador do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Lançada a boa semente em solo fértil, logo o povoado progrediu e veio a transformar-se na Vila Velha, denominada, mais tarde, Vila Jaguaribe, graças aos esforços encetados pelo seu desenvolvimento e progresso, por parte do Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho.

Cidadão de largo prestígio, abolicionista, republicano e defensor do municipalismo, o Dr. Domingos Jaguaribe empenhou toda a sua influência política para carrear benefícios públicos para a Vila de São Matheus, onde construiu moradia e fez inúmeras doações.

Começou a escrever no “Jornal do Brasil” sobre as qualidades terapêuticas do clima jordanense na cura de doenças pulmonares, revelando-se pioneiro no tratamento do alcoolismo através do hipnotismo. Criou a legenda Campos do Jordão, a “Suíça Brasileira”, escrevendo no Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro.

Em reconhecimento ao seu ingente trabalho, a população iniciou um movimento para mudar a denominação do povoado para Vila Jaguaribe, o que se concretizou em 1915.

Surgimento de Vila Abernéssia e Vila Capivari

Outras vilas foram surgindo: a Vila Abernéssia foi fundada pelo escocês Robert John Reid, o agrimensor da divisão judicial da Fazenda Natal.

Como ele nascera em Aberdeen, e seu pai em Inverness na Escócia, retirou Aber da primeira cidade, ness da segunda e ia de Escócia, formando com elas a denominação de sua Chácara Abernéssia, que veio a transformar-se em Vila, em 1919;

Vila Capivari foi fundada pelos médicos higienistas Emílio Marcondes Ribas e Victor Godinho, que ali projetaram Vila Sanitária em 1911.

O projeto não foi levado à frente, porém, em 1922, o Embaixador José Carlos de Macedo Soares comprou as referidas terras e fundou a Companhia de Melhoramentos Capivari, responsável pela edificação da aristocrática e bela vila.

Foram, igualmente, Emílio Ribas e Victor Godinho que, através do empreiteiro português Sebastião de Oliveira Damas, iniciaram a construção da E. F. Campos do Jordão, unindo o Vale do Paraíba a Campos do Jordão.

A criação do Município de Campos do Jordão operou-se em 16 de junho de 1934, ocasião em que se desligou de São Bento do Sapucaí e, em 30 de novembro de 1944, foi criada a sua Comarca. Detém área de 269 quilômetros quadrados e está situada em clima tropical de montanha.

Essa é uma pequena parte da história de Campos do Jordão, quero deixar aqui minha homenagem ao grande historiador Dr. Pedro Paulo Filho (in memoriam), o qual se dedicou grandemente em manter viva e registrar a história de Campos do Jordão e também ao querido Dr. Edmundo Ferreira da Rocha o qual é um expoente e um dos “guardiões” da história da cidade.

Parabéns à Campos do Jordão, por seus 147 anos, sem dúvida aqui podemos dizer que é um pedacinho do céu na terra.

Para os amantes e admiradores da cidade, deixo abaixo um link para o Documentário CAMPOS DO JORDÃO, Histórias de Vidas na Montanha Magnífica


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