São Paulo, ame-a e deixe-a, assim, simultaneamente. É esse vaivém o que talvez melhor caracterize os traços que desenham o perfil do turista paulistano. Ao mesmo tempo em que escapar da cidade é movimento constante (e intenso) em brechas abertas por férias e feriados, quando a intenção é conhecer outras culturas, dizem que não é preciso sair do quintal.
Essa é uma das idiossincrasias apontadas por um levantamento sobre os hábitos de turismo dos moradores da cidade de São Paulo, realizado com exclusividade pelo Datafolha a pedido da Revista. A pesquisa revela que o paulistano viaja, e muito: 60% nas férias, 50% em feriados. Para aprender línguas ou se divertir, no entanto, o melhor lugar é aqui, respondem.
Quimera de turista paulistano é conhecer Paris, citada pela maioria como destino internacional dos sonhos. Em território nacional, vencem as concorridas Fortaleza, Fernando de Noronha e Salvador. Bairrismo é coisa ultrapassada, e o paulistano viajado elege o Rio de Janeiro como a cidade brasileira que mais gostou de conhecer.
Enquanto o pensamento voa alto para o Nordeste e para a Europa, de pés no chão o paulistano ruma para a praia mais próxima, segundo o Datafolha. Os destinos mais visitados durante férias escolares e feriados prolongados são as cidades do litoral paulista –mais precisamente as do sul, como Santos (13%), Praia Grande (12%) e Guarujá (8%). O interior do Estado rivaliza com as praias de SP no planejamento das férias de julho.
Um certo desinteresse por viagens internacionais encontra correspondência (justificativa?) no índice dos que nunca viajaram para o exterior: 76% jamais saíram do país. Entre os que já fizeram alguma viagem internacional –estes têm renda familiar superior a 20 salários mínimos (54%) e pertencem às classes A e B (32%)–, Buenos Aires é a campeã entre os destinos testados e aprovados.
