Museu Felícia Leirner

O Museu Felícia Leirner, está localizado na Av. Dr. Luis Arrobas Martins, 1880 - Alto da Boa Vista, em uma área de 350.000 m2 no jardim do Auditório Cláudio Santoro. O espaço reúne cerca de 108 obras da artista polonesa.

por: Alan Germano - Atualizado: 05/12/2020 17:12

O Museu Felícia Leirner, está localizado na Av. Dr. Luis Arrobas Martins, 1880 – Alto da Boa Vista, em uma área de 350.000 m2 no jardim do Auditório Cláudio Santoro. O espaço reúne cerca de 85 esculturas da artista polonesa, em bronze, cimento branco e granito. Que foram doadas por ela ao Governo do Estado de São Paulo em 1978.

São figuras zoomórficas e humanas, além de gigantescas imagens brancas que nascem da grama para estabelecer uma comunhão perfeita com a paisagem.

Por entre suas alamedas sombreadas e floridas, pode-se sentir toda a alma da escultora através de suas peças expostas em pontos estratégicos e a belíssima vista da pedra do baú com todo seu encanto.

Felícia Leirner

Nascida em Varsóvia em 1904, filha de Pinkus e Sheila Aichembaum, morou na Polônia até 1927, quando veio para o Brasil, após a opressão, preconceitos e humilhação causadas no pós-guerra da Primeira Guerra Mundial. Da união com Isai Leirner, diretor-tesoureiro do MAM/SP e criador do “Prêmio Leirner de Arte Contemporânea”, nasceu seus três filhos: Adolfo, Nelson e Giselda. Devido a uma intervenção cirúrgica em 1940, Felícia Leirner teve que abandonar o sonho de cantora de ópera, apesar das aulas e integração ao coro lírico em Varsóvia.

Aos 42 anos de idade, junto com sua filha Giselda, iniciou seus estudos de desenho e pintura com Yolanda Mohayil, pessoa responsável em apresentar Felícia Leirner à escultura Elizabeth Nobling, que trabalhava com esculturas em cerâmica. Mas, foi no ateliê do renomado artista Victor Brecheret que foram criados seus primeiros trabalhos pertencentes à fase “Figurativa” e são datados de 1950 a 1958. Primeiro o mestre não queria aceitá-la como discípula, mas se rendeu ao talento da artista que o ajudou na obra símbolo de São Paulo: Monumento às Bandeiras, localizado no Parque do Ibirapuera (antigo ateliê do escultor). No mesmo período pediu ao crítico de arte Wolfgang Pfeiffer, uma coleção de slides que contasse a história da escultura desde a pré-história até o século XX, além de visitas a museus e constantes consultas a livros de esculturas, melhorando sua percepção sobre essa arte.

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A partir de 1953, confirmou sua importância como artista ao participar das Bienais Internacionais de São Paulo, sendo que em 1955 foi agraciada com o “Prêmio de Aquisição” do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo seu nome e sua obra reconhecida no país e no exterior. Em 1957, suas esculturas foram incorporadas aos acervos do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e do Museu de Arte Moderna de Paris, além de outros importantes Museus da Europa como o Stedejlik Museum de Amsterdã e a Tate Gallery de Londres. Já em 1963, a Bienal de São Paulo concede a artista o prêmio de “Melhor Escultor Brasileiro”. Entre 1958 e 1962, a artista já consagrada, entra em um novo momento em sua trajetória, tornando suas obras abstratas, nascendo então a fase das “Cruzes” (1963), seguida pela fase das “Estruturações” (1964/1965). Na construção de suas esculturas, ela utilizava barro, contrariando as de mármore e talho na madeira como base para as peças. Tanto que, em suas obras em cobre, ela usava moldes de gesso sobre um molde de barro.

Com o falecimento precoce de seu marido em 1962, e abalada por esta situação, Felícia Leirner resolveu afastar-se dos grandes centros de artes para refugiar-se em Campos do Jordão, instalando-se na cidade em 1965. Este foi o ponto de partida para a fase dos “Habitáculos” em 1966, onde envereda pelo território da arquitetura com esculturas habitáveis. Seu amor à natureza e aos animais a leva, em 1970, a fase dos “Bichos” transformando às suas obras em um curioso e fantástico zoológicos de ricas formas, cheias de cavidades, onde a água da chuva poderia se acumular e refrescar os pássaros, animais pelos quais demonstrava um carinho especial. Nesta mesma época, ela fez um grande conjunto de esculturas dedicado ao “Homem e a Família”, como a “São Francisco” que aparenta estar de braços abertos aguardando a visita dos pássaros.

O amor da escultora à natureza e a Campos do Jordão foi declarado com a criação do Museu Felícia Leirner em 1978, onde a artista doou todas as obras de sua autoria e de sua propriedade ao Governo do Estado de São Paulo para a composição do museu. A fase dos “Portais” iniciou em 1980, com suas formas recortadas e planas, que distribuem sobre a paisagem como mensagens enigmáticas, dando continuidade às obras no Museu. E em 1982, coloca duas molduras em uma árvore torta, marcando assim o fim de sua produção no museu. A partir desse momento, recolhe-se em sua casa de Campos do Jordão, e sem abandonar sua arte, distraía-se com a confecção de esculturas em menores proporções, com seus desenhos, tapetes e bordados.

O International Sculpture Center de Washington, através de sua revista Sculpture, classificou o Museu, em 1987, como um dos principais do mundo. E em comemoração a X Bienal, O Correio do Brasil escolheu uma escultura da Felícia para ilustrar um de seus selos.

Amada por todos e admirada por muitos, Felícia Leirner viveu seus últimos anos de vida entre Campos do Jordão e São Paulo quando a temperatura era amena, vindo a falecer aos 92 anos na tranqüilidade de sua casa de São Paulo. Com seu espírito sempre juvenil, pode-se dizer que ela nunca envelheceu, apenas tornou-se mais idosa.

Entrada
inteira R$10,00 e meia R$5,00 (estudante e idoso) –
gratuita aos domingos (conheça nossa política de gratuidade no
www.museufelicialeirner.org.br/expediente-e- ingresso)

Horário de Funcionamento
Terça a Domingo das 9:00 às 18:00 horas.

Mais informações
(12) 3662-2334

Endereço

Rua Luís Arrobas Martins, 1800 – Alto da Boa Vista
Campos do Jordão

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Como chegar
Passando por Vila Abernéssia, o centro comercial da cidade, vire à esquerda na rotatória das flores que está próximo a Estação da Estrada de Ferro e ao Fórum; siga a rua lateral ao Mercado Municipal, passando pelo Hospital Municipal. Após passar pelo Palácio Boa Vista, sede do governo do Estado de São Paulo, vire a segunda rua à direita; A entrada do Auditório está a 500 metros do lado direito.

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