Localizada no nobre bairro do Alto da Boa Vista, a Fazenda Baronesa Von Leithner abriu suas portas para a imprensa no último domingo, 25 de novembro, para mostrar seu empreendedor trabalho de resgate da fruticultura em Campos do Jordão.
Além de uma bela opção de passeio em Campos - com um maravilhoso restaurante, um lindo bosque e um Landscape para apreciar a vista - a Fazenda é a segunda maior produtora de frutas vermelhas do País, e possui ainda uma enorme área de preservação ambiental, totalizando 120 alqueires de área.
Com presença do Prefeito João Paulo Ismael e do proprietário da Fazenda, Luiz da Silva Goshima, a visita mostrou o excelente trabalho de pesquisa e plantio de variados tipos de "Berries" que são realizados no local.
O engenheiro agrônomo responsável Rodrigo Ismael, mostrou durante a visita a importância histórica e econômica que o plantio de frutas teve para a cidade, principalmente entre as décadas de 50 e 70.
Segundo Rodrigo a retomada da produção agrícola na região é uma opção de agroturismo e uma forma de renda auto-sustentável que a cidade adota no momento. Ele afirma ainda que as frutas vermelhas geram um retorno mais rápido que as outras, e que apesar do alto custo de tecnologia na produção, a prática tem grande importância comercial e possui maior valor agregado.
As frutas vermelhas implantadas em Campos do Jordão na década de 50 tiveram ótima adaptação ao solo e ao clima tropical de altitude da região, com estações bem definidas. E hoje a Fazenda tem um trabalho de pesquisa e melhoramento, onde muitas das espécies cultivadas contam com uma proteção contra a chuva e um preparo no solo para uma produção mais eficaz. Utilizando de alta tecnologia de cultivo, o projeto tem obtido ótimos resultados produzindo inclusive uva para a produção de vinho.
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A importância da fruticultura e da Fazenda para a história de Campos do Jordão
No período entre 1926 até a década de 70 a cidade de Campos do Jordão teve importante papel na fruticultura. Com cultivo em larga escala principalmente de macieiras, pereiras e oliveiras até 1950.
Com uma economia baseada na agricultura, envolvendo mais de 200 famílias, em 1950 a cidade se abastecia de produção própria e chega a enviar parte da produção para São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1953 acontece na cidade a 1º Festa da Maçã, que coloca Campos do Jordão na mídia nacional, neste período a produção de frutas aumenta consideravelmente. E é também neste período desembarcam na cidade o Barão e a Baronesa Von Leithner, recém chegados da Europa, e se apaixonam pelo local fundando o Sítio Natal.
Para aproveitar melhor as promissoras e férteis terras nas montanhas, o casal contrata um especialista em agronomia, Max Ambuhl, que trouxe as primeiras mudas de framboesa que se tem registro no Brasil, e também um híbrido de amora e framboesa, conhecido como boysenberry.
Com uma perfeita adaptação destas mudas, a fazenda começa a produzir geléias e uma bebida destilada de framboesa conhecida como Eau de Vie (Água da Vida).
Fundou-se então a Agroindustrial Alto da Boa Vista, uma fábrica que se parecia com uma casa européia, para manter a bela paisagem da fazenda, e que produzia geléias e xaropes de framboesa e amora, além dos destilados de frutas.
Nesta época a colheita de 2,9 toneladas de framboesa e 4 toneladas de amora tornou-se insuficiente, vista a boa aceitação do mercado, que recebeu muito bem os produtos de Campos.
Para dar conta da demanda a solução foi implementar parcerias com outros produtores locais e pequenos agricultores familiares, que recebiam mudas de fruta para o cultivo, aderindo a esta atividade como meio de renda.
Com o falecimento dos barões a marca Homemade foi vendida, encerrando as atividades da fábrica, e assim a produção agrícola foi reduzindo gradativamente.
A fazenda teve seu retorno às atividades em 2003, quando os atuais proprietários reiniciaram de imediato as atividades agrícolas e de produção de geléias e destilado.