A 5ª Caminhada de Conscientização do Autismo, em São José dos Campos, realizada neste domingo (2/4), foi um grande sucesso. Cerca de 400 pessoas se reuniram na Praça Ulysses Guimarães, no Jardim Aquarius, para apoiar a causa.
Em 20 minutos de caminhada, o grupo passou pelas Avenidas Salmão e Cassiano Ricardo, retornando para a Praça pela Avenida Tubarão. O evento durou 3 horas e contou a participação de alguns personagens de filmes, como Star Wars, que animaram a garotada.
A caminhada é uma ferramenta importante para mobilizar a população sobre a importância da inclusão social de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e foi realizada em virtude do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril.
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A Caminhada de Conscientização do Autismo contou com o apoio da Associação de Servidores Municipais (Assem) de São José dos Campos, Guarda Civil Municipal, Prefeitura de São José dos Campos, Sicoob Cressem, Farma Conde e da Pilares Relações Públicas.
Ações como esta são importantes para reforçar que todas as pessoas têm direito à igualdade e mostrar que é necessário oferecer as mesmas oportunidades e acessos a recursos e serviços para autistas.
Professora e mãe da pequena Lívia de Abreu Ramos, de 10 anos, Ana Paula de Abreu Ramos, de 36 anos, participou da caminhada e disse que “ela é um meio de mostrar para a sociedade e ao poder público que os pais lutam e vão continuar lutando por dignidade”. “Queremos conscientizar e fazer valer cada minuto de publicidade para falar que o autismo não é doença e sim um cérebro diferente”.
O autismo chegou na vida de Ana Paula após Lívia completar 1 ano de idade. “Minha filha perdeu muitas habilidades que, para a idade, era normal ter conquistado”, relatou a mãe.
Ana Paula matriculou a filha em uma escola, “achando que o desenvolvimento voltaria a ocorrer”, foi quando descobriu que teriam que recorrer a um neurologista infantil. “Encontramos uma neurologista quando ela tinha 2 anos de idade, e fizemos toda uma investigação multidisciplinar (com Terapia Ocupacional, fono, psicóloga) e com 6 meses após começarmos, recebemos, o diagnóstico: autismo”.
Dali em diante, Ana Paula precisou mudar toda a vida profissional para ajudar a filha, por isso foi atrás de apoios e do Serviço Público de Saúde, o SUS. “Infelizmente, nada era de fato para um autista. E se eu queria uma melhora no quadro, ia precisar pagar bons profissionais”, disse.
O TEA é uma condição neurológica que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento das pessoas. Cada pessoa com TEA é única e tem suas próprias habilidades e desafios.
O diagnóstico e o tratamento do TEA devem ser personalizados e adaptados às necessidades individuais de cada pessoa. Muitas das vezes, sem a ajuda do poder público, os tratamentos são caros e encontrar profissionais que entendam sobre o assunto é cada vez mais difícil. “Precisamos muito, mas muito mesmo de boas terapias, para que nossos filhos possam progredir.”
Existe ainda a luta contra o preconceito das famílias e da sociedade, relatou Ana Paula. “Se as pessoas pudessem entender o que é, como são, talvez não seria assim”.
A professora falou de como é fundamental que as pessoas entendam o autismo, saibam que ele existe e que deve ser tratado com atenção. “Conscientizar a sociedade é um ato de amor ao próximo, porque todos nós teremos alguém que amamos muito, com autismo”, acrescentou.